segunda-feira, 26 de abril de 2010

Distúrbios circulatórios

Hiperemia

Hiperemia e congestão são caracterizados pelo aumento de volume sangüíneo em um tecido ou área afetada. É dividida em : hiperemia ativa e hiperemia passiva ou congestão. A primeira é causada por uma dilatação arterial ou arteriolar que provoca um aumento do fluxo sangüíneo nos leitos capilares, com abertura da capilares inativos. A segunda decorre de diminuição da drenagem venosa.
Consequência da hiperemia ativa : aumento da vermelhidão na região afetada. Causa da dilatação arteriolar e arterial : mecanismos neurogênicos (rubor) simpáticos e liberação de substâncias vasoativas. Hiperemia ativa da pele : dissipar um excesso de calor (exercício físico - fisiológica e estado febril - patológica). Fisiológica - digestão, exercício físico, emocões, ambientes secos.]
Consequência da hiperemia passiva : coloração azul-avermelhada intensificada nas regiões afetadas, conforme sangue venoso se acumula. Tal coloração aumenta quando há um aumento da concentração de hemoglobina não-oxigenada no sangue - cianose. Congestão pode ser um fenômeno sistêmico (insuficiência cardíaca) ou localizado (obstrução de uma veia). No primeiro caso, ocorre na descompensação ventricular direita - afeta todo o corpo, poupando os pulmões - e na descompensação ventricular esquerda - afeta apenas o circuito pulmonar. No segundo caso, temos como exemplo o comprometimento da circulação porta e o bloqueio do retorno venoso de uma extremidade através de uma obstrução. Existe uma ligação entre formação de edema e congestão dos leitos capilares. Congestão aguda - vasos distendidos e órgão mais pesado ; congestão crônica - hipotrofia do órgão e micro-hemorragias antigas.


Referência:http://medworks1.tripod.com/Patologia/disturbios_circulatoriosii.htm

Equipe:Amanda Kelly,Ana Cristina,Sâmia Sousa

Distúrbios circulatórios: Hiperemia passiva



Imagem: Corte longitudinal de fígado com hiperemia passiva, em que se observam regiões mais escuras de permeio a regiões mais claras no parênquima do órgão. O tamanho deste está normal. Observa-se duas áreas de coloração diferente, as quais apresentam um padrão semelhante a "noz- moscada".

Conceito: Alteração no retorno venoso

Consequências da hiperemia passiva crônica de longa duração no figado :

Macroscopia: ocorre um aumento do volume, ele passa a ser palpável e doloroso, pois o acúmulo de sangue, edema, distende a cápsula (hepatomegalia). Adquire coloração aroxeada.

Microscopia: os sinusóides próximos a veia centrolobular ficam dilatados e cheios de hemácias. Os hepatócitos começam a sofrer hipóxia. Ocorre uma alteração denominada esteatose (as células passam a acumular lipídios, pela redução de seu metabolismo).O fígado é denominado fígado em noz-moscada ou fígado cardíaco (devido a região em torno da veia centrolobular se encontrar avermelhada, enquanto a periferia fica amarelada).

OBS: os hepatócitos sofrem necrose, e são substituídos por fibrose, o endurecimento do fígado é por conta dessa fibrose.

Postado por: Amanda Kelly, Ana Cristina, Samia Sousa - Biomed 221.5
Referencia:
http://medworks1.tripod.com/Patologia/disturbios_circulatoriosii.htm

domingo, 25 de abril de 2010

DIAGNÓSTICO POR IMAGEM DO HEMANGIOMA HEPÁTICO


Hemangioma é o tumor hepático benigno mais comum, com incidência em estudos de autópsias variando entre 0,4 a 20 %, e a sua diferenciação com tumores hepáticos malignos primários e secundários é um dilema clínico comum.

São pequenos tumores benignos formados por vasos sanguíneos enovelados.

Surgem durante a formação do embrião, antes do nascimento, podendo ocorrer em diversos órgãos, entre eles a pele e o fígado. Manchas de nascimento vermelhas normalmente são causadas por hemangiomas na pele.

Ocorre em todos os grupos etários, mas é mais freqüente em adultos, particularmente mulheres, com uma relação entre o sexo feminino e o masculino de 5:1. Ocorrem de maneira múltipla em até 50% das vezes.

A maioria dos hemangiomas, especialmente os menores que 4,0 cm, raramente produzem sintomas. Por outro lado, hemangiomas com grandes dimensões têm sido associados a dores abdominais e hepatomegalia. Hemorragia espontânea foi relatada como complicação em hemangiomas hepáticos gigantes.

Não há relatos de malignização em hemangiomas hepáticos. Uma vez diagnosticados, as lesões não tendem a crescer. Vários trabalhos de seguimento evolutivo de hemangiomas por longos períodos (de até sete anos), mostraram estabilidade do tamanho das lesões em mais de 80% dos casos.

O aspecto ultra-sonográfico típico do hemangioma hepático é o de uma lesão hiperecogênica, homogênea, com limites bem definidos.É estimado que aproximadamente 67 a 79% dos hemangiomas sejam hiperecogênicos, e desses, 58 a 73% sejam homogêneos.

A alta ecogenicidade dos hemangiomas à ultra-sonografia (US) parece ser decorrente das múltiplas interfaces entre as paredes dos vários espaços vasculares e o sangue no interior dos mesmos.

Os hemangiomas podem apresentar aspectos atípicos à US em até 45% dos casos. Padrões heterogêneos na ecogenicidade das lesões, que incluem áreas centrais hipoecogênicas ou bordas hiperecogênicas, são devidos a fibrose, trombose e necrose hemorrágica. Um hemangioma pode se apresentar como um nódulo hipoecogênico em um fígado que apresenta infiltração gordurosa difusa (esteatose).

A maioria dos hemangiomas hepáticos não apresentam quantidade significativa de fluxo detectável à US com doppler.

A tomografia computadorizada (TC) têm sido tradicionalmente utilizada para confirmar o diagnóstico de lesões sugestivas de hemangiomas encontradas à US.

A ressonância magnética (RM) tem despontado como método confiável para a caracterização de hemangiomas hepáticos, com acurácia na diferenciação entre hemangiomas e lesões malignas variando entre 85 e 97%.

Nas imagens ponderadas em T1 os hemangiomas podem se apresentar hipo ou isointensos ao parênquima hepático adjacente. Nas imagens ponderadas em T2, o aspecto clássico do hemangioma, presente em 76 a 100% dos casos em diferentes séries, é o de uma lesão acentuadamente hiperintensa, predominantemente homogênea e com limites bem definidos

Para a correta caracterização tecidual e diferenciação entre hemangiomas e lesões hepáticas sólidas malignas (metástases e hepatocarcinoma) é necessário a utilização de imagens altamente ponderadas em T2, utilizando tempos de ecos ao redor de 160 ms. Nestas imagens os hemangiomas tendem a permanecer com alta intensidade de sinal, ao contrário da queda progressiva observada na grande maioria das lesões sólidas malignas.

POSTADO POR: Maria Albertina Deodato de Brito em 23/04/2010 às 11;00

REFERÊNCIAS:http://www.doençasdofigado.com.br/doenças_do_figado_57.html



TUMORES BENÍGNOS DO FÍGADO

Dr. Stéfano Gonçalves Jorge

Os tumores benignos do fígado, apesar de benignos, podem estar associados a complicações, incluindo raramente morte, se diagnosticados ou tratados de modo errado. A maioria, no entanto, tem complicações tão raras que o risco de tratamento é maior que o do tumor. Nesses casos, o acompanhamento por profissional sem conhecimento técnico suficiente pode levar a exames e tratamentos desnecessários ou prejudiciais.

De modo geral, os tumores benignos do fígado podem ser divididos de acordo com o seu tecido de origem:

Nódulos Microrregenerativos

São nódulos de regeneração que surgem após necrose hepática submaciça. Contém arquitetura portal normal com hepatócitos hiperplásicos, mas sem características neoplásicas.

Transformação Nodular Parcial

É uma condição rara, que pode estar relacionada a hiperplasia nodular regenerativa. São nódulos de hepatócitos hiperplásicos na região peri-hilar, associados a hipertensão portal. Está associada a redução dos ramos portais, mas não está claro se essa é uma causa ou conseqüência dos nódulos, pois não há sinais de compressão. Pode haver ainda transformação cavernomatosa na veia porta.

Cistos Hepáticos

São lesões muito comuns, encontradas em cerca de 0,17 % das necrópsias e exames de ultra-som. Costumam ter uma parede fina, fracamente celular e fibrosa, com um epitélio cubóide simples, contendo líquido claro. Ao ultra-som, é anecóide e sem ecos em seu interior. Com esse achado característico, não há nenhum diagnóstico diferencial. Outras lesões císticas do fígado, como abscessos, hematomas, metástases, etc são ecograficamente muito distintas. Os cistos hepáticos simples são assintomáticos, a não ser que sejam muito volumosos e/ou comprimam outras estruturas, o que é muito incomum. Não há qualquer necessidade de tratamento se não há complicações.


Cisto Hepático

Cistoadenoma Biliar

É um tumor cístico benigno, multilocular, com uma densa cápsula fibrosa. É relativamente raro e mais comum em mulheres jovens, aonde o sintoma mais comum é de massa palpável e/ou dor abdominal. Ao exame de imagem, além da cápsula fibrosa evidente, as paredes internas são muito finas. Como o risco de malignação é muito alto, de até 25%, há necessidade de ressecção cirúrgica em todos os casos.

POSTADO POR: Maria Albertina Deodato de Brito, em 23/04/2010, às 10:45

REFERÊNCIAS: http://www.hepcentro.com.br/tumores_benignos.htm

DIAGNÓSTICO,TRATAMENTO E PROGNÓSTICO PARA O ADENOMA HEPATO CELULAR

Diagnóstico

O exame físico geralmente é normal, com a exceção de tumores palpáveis e nos casos de rutura, com achados típicos de hemoperitônio. Exames laboratoriais costumam ser normais, mas podem apresentar elevações pequenas de transaminases e enzimas canaliculares. O ultra-som e a tomografia diagnosticam a lesão sem dificuldades, apesar da comprovação não ser tão fácil. Como há redução na quantidade das células de Kupffer, a cintilografia com enxofre coloide radioativo mostra área com pouca captação do colóide. A lesão tem aumento de vasos, que pode ser observado na ressonância e na angiografia, que mostra vasos com fluxo centrífugo. Para complicar mais, pode haver uma cicatriz central avascular como na hiperplasia nodular focal e alguns adenomas podem ser hipovasculares.

Adenomas costumam ser únicos e geralmente grandes (> 10 cm). Na biópsia hepática, pode ser difícil diferenciar o adenoma do fígado normal e do hepatocarcinoma bem diferenciado. Além da diferença sutil entre a aparência dos hepatócitos normais e a dos tumorais e a ausência das células de Kupffer, um achado característico é a presença de arteríolas intralobulares "flutuando" sem a tríade usual de arteríola, ducto biliar e trato portal. Outros achados possíveis são a presença de células gigantes, colestase, hialinos "alcoólicos" e inclusões de alfa-1-antitripsina.

Evolução Clínica

Até um terço dos indivíduos podem se apresentar com hemoperitôneo pela rutura do tumor, necessitando de cirurgia de urgência. Apesar da ocasional transformação para hepatocarcinoma, o maior risco é mesmo a rutura.

Tratamento

O tratamento é cirúrgico sempre que possível, pelo elevado risco de hemorragia e um menor risco de transformação em câncer. O tratamento pode ser feito por cirurgia aberta ou laparoscópica, dependendo da experiência do cirurgião. É possível o tratamento percutâneo do tumor, com resultados aparentemente bons com a ablação por radiofrequência. Como há a possibilidade de regressão espontânea de lesões pequenas com a interrupção do uso de contraceptivos, essa pode ser uma opção em casos limitados. Quando não for realizada cirurgia, os pacientes devem ser seguidos de perto para o caso de transformação maligna ou crescimento do tumor. Recomenda-se portanto a suspensão dos contraceptivos e evitar gravidez, que é no entanto segura em mulheres já operadas sem sinais de recidiva do tumor.

Prognóstico

Com a interrupção do uso de contraceptivos orais e extração do tumor, o prognóstico é excelente.

POSTADO POR: Maria Albertina Deodato de Brito,em 23 de abril de 2010 às 10:30

REFERÊNCIAS: http://www.hepcentro.com.br/tumores_benignos.htm

ADENOMA HEPATOCELULAR


Introdução

O adenoma hepatocelular é um tumor de origem epitelial que era muito raro antes da disseminação do uso de contraceptivos orais. Agora, estima-se que apareça em 34 de cada 100.000 usuárias de contraceptivos, sendo que o risco é maior em mulheres acima de 30 anos de idade e que usaram estrógenos de alta dose por mais de 5 anos.

Etiologia

É evidente a correlação entre contraceptivos orais e o adenoma hepático. Por essa epidemiologia, já observa-se uma dramática queda na incidência de adenomas com a redução da dose de estrógenos nos contraceptivos na última década. Outro fato interessante é a incidência de adenomas em homens que usam esteróides androgênicos que são transformados em estrógenos durante a metabolização.

Este tumor também pode estar relacionado a outras doenças, como a doença de acúmulo de glicogênio tipo I (Von Gierke), tirosinemia e galactosemia. Nesses casos, a doença é mais predominante em homens e tem alto risco de transformação em câncer. Outra condição, a adenomatose hepatocelular múltipla, onde há geralmente mais de 4 nódulos, é distinta da adenomatose isolada e não será discutida aqui.

Sinais e Sintomas

Geralmente, não há sintomas e o diagnóstico é feito ao acaso durante exames de rotina ou para investigar outro problema independente. Também pode ser feito pela presença de tumor palpável no fígado, dor por hemorragia intratumoral ou por crise dolorosa pela rutura do tumor, que pode levar a hemorragia maciça.

POSTADO POR: Maria Albertina Deodato de Brito, em 23/04/2010, às 10:02

REFERÊNCIA: http://www.hepcentro.com.br/tumores_benignos.htm

sábado, 24 de abril de 2010

TUMORES BENIGNOS DO FIGADO

Hiperplasia Nodular Focal

Introdução

A hiperplasia nodular focal (HNF) é o tumor hepático benigno mais comum depois dos hemangiomas. Com e exceção deste último, a HNF corresponde de 66 a 86% dos tumores benignos. A HNF não é uma lesão que se transforma em câncer, geralmente é encontrada em exames de rotina e, na grande maioria dos casos, não deve ser realizado nenhum tratamento.

Etiologia

A causa da HNF ainda não está bem esclarecida, mas provavelmente surge de uma malformação vascular que leva a um aumento local do fluxo sanguíneo. Com esse aumento da oferta de sangue, há multiplicação das células do fígado (hiperplasia) e provavelmente transformação dessas células nas células do tumor. Apesar de ser muito mais comum em mulheres (8 a 9,1 mulheres para 1 homem) em idade fértil (20 a 50 anos), não há evidência conclusiva sobre ação hormonal natural ou anticoncepcionais.

Pode haver múltiplas HNF no mesmo indivíduo, que pode apresentar ainda outras lesões, incluindo anormalidades vasculares (hemangioma hepático, telangiectasia cerebral, aneurismas, artérias sistêmicas displásicas, atresia de veia porta), tumores do sistema nervoso central (meningioma, astrocitoma) e hemi-hipertrofia.

Sinais e Sintomas

A vasta maioria desses tumores benignos é encontrada ao acaso. Sintomas são incomuns, mas pode ser notada uma tumoração no fígado. Pode surgir dor se houver rutura ou hemorragia no interior do nódulo (a hemorragia é mais comum em mulheres usando contraceptivos orais). Exames laboratoriais são quase sempre normais.

Anatomia Patológica

Normalmente, a HNF ocorre como uma lesão capsular menor que 5 cm. Geralmente há uma cicatriz fibrosa no centro da lesão com grandes vasos arteriais espessados (hiperplasia fibromuscular) e cicatrizes menores (septos) se estendendo radialmente do centro até a cápsula, acompanhados de ductos biliares. A presença de células de Kupffer, a principal das células de defesa imunológica no fígado, ajuda a diferenciar a HNF de adenoma hepatocelular.

Diagnóstico

Seguindo as características histológicas (do tecido) do tumor, a HNF é facilmente identificável por exames de imagem. Ela se apresenta como um nódulo com cicatriz central, que é mais facilmente identificada na tomografia computadorizada. Na ressonância nuclear magnética, a cicatriz será hiperdensa em T2 com contraste com gadolínio, podendo diagnosticar a HNF com 98% de certeza (devendo-se no entanto considerar a hipótese de hepatocarcinoma fibrolamelar na presença de lesão maior de 10 cm em fígado com cirrose). A angiografia pode mostrar a lesão hipervascular com uma cicatriz pouco vascularizada e vasos de distribuição radial como uma roda de carroça. Geralmente não é necessária a realização de biópsia, a não ser em casos de rutura com indicação cirúrgica ou quando a lesão é encontrada ao acaso numa cirurgia, aonde fazer uma biópsia é muito simples.

Prognóstico

A HNF raramente evolui com rutura ou hemorragia, que são as únicas complicações do tumor. Nesses casos, ou em tumores excepcionalmente raros (> 8 cm), pode ser necessária cirurgia para a retirada do tumor. Outra opção de tratamento, com resultados variados, é a embolização da artéria que nutre o tumor, atrvés de arteriografia. Apesar da relação discutível entre contraceptivos orais e a HNF, não é recomendado o uso desses e a segurança na gravidez também é duvidosa